SEMPRE

Esqueço de mim e ela entra.

Para na sala de meu coração e,

em silêncio,

diz tudo.

A mim, resta a mudez.

O amor me fere

e me reconstrói.

Sísifo, empurro colina acima

a minha ideia de nao mais querer.

Mas ela entra

e a pedra rola de volta.

Sempre.

Até quando amarei assim?

Até quando?

Espero uma palavra apenas

e a imensa misericórdia do perdão.

Um dia existirei

além dessa sala cinzenta.