AMOR SEM SEMENTE
Valsas,
Giras,
Rodopias
Em ti ricocheteio
Os olhares
Que atiras
Intenções veladas
Estes teus balanceios
Golpeiam-me
Balançam-me
Os anseios
(Em arqueio)
Pensas que quero?
Supero-te
Volteio-te
E esbaldado em teus olhos
Um desejo de provar
(Nem que inverno frugal...)
E o que posso, devoro
Em castiçais
Licores fermentados
De folhas febris,
Urdidas em sorrisos rendados
Formando teus quadris
Fervilhando teus sais
Sombras frescas
E sutis
Cultivadas
Nos teus umbrais
O que posso, entorno...
Ah, suborno
Da alma sabidamente
Iludida...
Carcaça dormente
Carcaça que sente
A dor do prazer dividida
Paixão descabida
Em hora errada
(Traçada em poente)
Mesmo assim
Para mim
Para sempre
Inocência indecente
Incoerência
De querubim
Sem angelical
Essência...
Insistência
Verbatim
Natural
Quintessência
De amor sem semente
Que em tudo tem princípio
E, em nada, fim