Vício de Dor

Ruiu uma parede do quarto

Onde meu eu sonhadoramente dormia,

Em seus devaneios esculpidos de fantasia

Pôde conceber a alquimia de um mundo ingrato.

Espesso lençol de pó cobriu o aposento

Asfixiando minh'alma de fina melancolia,

No éter do alcova sorrateiramente meu eu fugia

Para não perecer de magia no isolamento.

Pedra sobre pedra espalhou-se no chão

E pela abertura do teto pôde-se ver as estrelas,

Meu eu concentrou-se no intuito de absorvê-las,

Mas o desmoronamento causou cicatrizes em seu coração.

No cenário onírico meu eu despertou tonto de amor

Por uma humanidade alhures viciada em sintomas de dor!

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Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 08/03/2011
Código do texto: T2836037
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