ARREPIO

Minha alcova é testemunha. Imprudente e ávido,

Deleito-me provando essa suculenta maçã,

No afã do sacio de um apetite desesperado,

Angústia d'alma, quiçá provecta... Órfã.

Mas, sinto medo, um incontrolável receio!

Tremulam nervosas minhas mãos, na sede de tocá-la,

Nesse despudorado anseio, estimulado

Por minhas entranhas invadidas por esse cheiro,

De fera transcendental, bela e jovem, em pleno cio.

Sinto o palpitar fremente de seus túrgidos seios,

Comprimidos contra meu peito e os rijos mamilos,

Voluptuosamente provocantes... E me extasio!

Palmilho os recônditos de sua pele aveludada,

Bolinando-a suavemente com meus dedos vadios.

Massageio seus músculos e seu ego na ação estimulada

Pelas caricias aceitas, como argumenta o arrepio!

Urias Sérgio de Freitas