Tarde de outono
E o vento soprava numa gélida tarde de outono
A lágrima inconstante rolava pelo rosto pálido
Os olhos se fitavam como se fosse a ultima vez
E o silêncio gritante do mundo ruía no entardecer.
Palavras ditas eternas se dissipavam na imensidão
De dias que se esvaem rápido demais
De alegrias que se consomem antes do que deveriam
Seus lábios se roçavam com delicadeza e desejo
Seus braços se encaixavam com uma precisão mútua
E ela amava estar ali, frágil e inocente naquele abraço
Que a envolvia, que a protegia do perigo ao redor.
Era como um conto de fadas, todo aquele silencio
E somente a sua voz, sussurrando em meu ouvido
E as batidas do seu coração sincronizadas com o meu coração
Parece tolice dizer que os dias têm passado rápido demais
Mas o tempo foge quando estou com você,
Nessas tardes de outono.
Veja aquela lua, eu te daria se você a quisesse
Mas o brilho dela não se compara aos teus olhos
Quando encontram os meus,
Eu não posso ver, mas posso sentir
Cada vez que você pensa em mim
Porque é como se o meu mundo parasse
Como se o tempo congelasse naquelas tardes de outono
Onde o meu corpo se aquecia no teu abraço
E a minha alma encontrava a tua alma,
Enquanto o vento arrancava as folhas
E o frio cortante retorcia os galhos das árvores
Além do vidro da janela,
A chuva apagava os primeiros erros,
E eu cuidava do seu coração,
Naquela tarde gelada que eu lembraria pelo resto dos meus dias.