Tarde de outono

E o vento soprava numa gélida tarde de outono

A lágrima inconstante rolava pelo rosto pálido

Os olhos se fitavam como se fosse a ultima vez

E o silêncio gritante do mundo ruía no entardecer.

Palavras ditas eternas se dissipavam na imensidão

De dias que se esvaem rápido demais

De alegrias que se consomem antes do que deveriam

Seus lábios se roçavam com delicadeza e desejo

Seus braços se encaixavam com uma precisão mútua

E ela amava estar ali, frágil e inocente naquele abraço

Que a envolvia, que a protegia do perigo ao redor.

Era como um conto de fadas, todo aquele silencio

E somente a sua voz, sussurrando em meu ouvido

E as batidas do seu coração sincronizadas com o meu coração

Parece tolice dizer que os dias têm passado rápido demais

Mas o tempo foge quando estou com você,

Nessas tardes de outono.

Veja aquela lua, eu te daria se você a quisesse

Mas o brilho dela não se compara aos teus olhos

Quando encontram os meus,

Eu não posso ver, mas posso sentir

Cada vez que você pensa em mim

Porque é como se o meu mundo parasse

Como se o tempo congelasse naquelas tardes de outono

Onde o meu corpo se aquecia no teu abraço

E a minha alma encontrava a tua alma,

Enquanto o vento arrancava as folhas

E o frio cortante retorcia os galhos das árvores

Além do vidro da janela,

A chuva apagava os primeiros erros,

E eu cuidava do seu coração,

Naquela tarde gelada que eu lembraria pelo resto dos meus dias.

Marina Dalmass
Enviado por Marina Dalmass em 07/03/2011
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