Vampira
Há um silêncio estranho em minha mente
Não é como se não quisesse falar
Mas como se simplesmente não conseguisse
As ideias giram até ficar tontas
E não param num lugar específico
Com minhas próprias ideias me querendo enlouquecer
Como posso manter a sanidade?
Já saí do limite da normalidade
E acho que não tenho qualquer intenção de voltar
Eu tentei me adequar
Tentei ser boazinha
Tentei fazer o que esperavam de mim
Mas tudo resultou em sangue novamente
Não sou forte o bastante para conter minha força
Não consigo parar esse instinto que anseia por sangue
Achei que você podia me salvar
Contudo, só o que fiz foi decepcioná-lo
Não me importo em carregar toda essa culpa
Mas não queria fazê-lo sofrer
Nunca serei aquela que gostaria que eu fosse
Mas quero que saiba
Que eu mudaria se pudesse
Nos raros momentos em que volta a sanidade
Choro lágrimas de sangue
Ao ver sua expressão de tristeza
Não queria transformar tanto amor
Em sangue, ódio e morte
E talvez seja covardia culpar minha natureza
Porém, no fundo, estou morta
Há séculos meu coração não bate
E ainda assim sinto o aconchego
Ao deitar a cabeça em seu peito
E ouvir as palpitações rápidas, ávidas
Não sei mais quem sou
Desde que morri
Desde que me perdi numa sede contínua
Tirar vidas se tornou minha única forma de sobrevivência
E sinto que não deveria estar aqui
Às vezes é difícil encontrar um objetivo
Em meio a tanto sangue
E, ainda assim, sou egoísta o bastante
Para não querer perdê-lo
Seria exagero dizer que você é minha razão de viver
Principalmente quando sequer estou viva?
No fim, não importa se todo esse amor é verdade
Ainda beberei seu sangue esta noite