Sempre caem folhas no outono
(Estrada Humana – Otávio Costa)
Aguardaremos sempre o outono
Seus ventos agradáveis
Influenciam suas folhas na dança da magia
Compensando o coração em suas ausências
Que o destino se compromete verter prejuízos
Ausências tão notáveis que esfacelam um pouco a nossa vida
Não passamos sem o carinho daqueles que amamos, é verdade
Temos até a distância para atrapalhar
Mas falta maior, com certeza, é a falta de presença corporal
Aprendi abraçar as pessoas... l o n g a m e n t e
Aprendi beijar as pessoas... l o n g a m e n t e
Este é o meu jeito de amar as pessoas, todas as pessoas
Como ficar sem este particular, ser podado deste privilégio
O coração se sensibiliza quando não expresso o amor que sente
Os olhos produzem o misterioso líquido da dor
Por falta das pessoas com as quais aprendemos a amar
Quando amo sou nobre, pois o amor é nobre,
E amando me torno nobre como o é, o amor
Não vou me acostumar nunca em suportar a perca daqueles que amo
Por isso não dou mais valor às coisas
Só ao sol, ao mar, ao sorriso, ao calor, aos gestos
Ao fazer, ao momento, ao agora...
Não vou estar em contato com quem amo por muito tempo
Sei disso...
Só por isso aprendi a dividir momentos, alegrias...
Alegria é poesia em chamas
Alegria é o aquecimento da alma
Perceber no outro seu disfarce
Despertando e fazendo-o despertar para os segredos do universo
Que conspira sempre em prol da nossa liberdade
Da nossa saudável evolução...
As flechas da dor acertam meu coração
E cravam na minh’alma,
Vou disfarçar a dor,
Amando...
Por que sempre caem folhas no outono.