Barbarela...(Azimute)

Eu quero ver

Os girassóis amarelos

Não quero que nenhum monarca

Ou cogumelo

Apareça no meio da manhã

Pintando de cinza

O meu amor azul

Emperrando de areia

Meu rolimã...

Eu quero ver

Barbarela de biquíni

Não quero que nenhum psicopata

Ou homem das neves

Apareça na tela

Pintando de branco

O meu amor azul

Borrando de nanquim

Minha aquarela...

Eu quero ver

Os olhos de Julieta masina

Não quero que nenhum esperto Esparta

Ou romano

Apareça no meio do cenário

Pintando de rubro escarlate

O meu amor azul

Cobrindo de polens mortos

Meu lindo orquidário...

Eu quero ver

O lirismo de Lisbela

Quero as cores de Hanna Barbera

Não quero que nenhum poliglota

Ou autodidata

Apareça no meio da praça

Enchendo de nevoa

O meu amor azul

Cobrindo de duvidas pretas

O que antes era cheio de graça

Eu quero ver

A língua de Catarina Paraguaçu

Não quero que nenhum Luiz quinze

Ou aristocrata

Castre meu sonho tupã

Pintando de castanho

O meu amor azul

Cobrindo de zinabre

minha espada que é valente

como a de Dartanham

Eu quero ver

A indumentária de Cleópatra

Não quero que nenhum astro

Ou cometa

Se meta no meu azimute

Não quero que se mude

Nenhuma estrela ou trajetória

Nem que se extinga

Qualquer linha no horizonte

Quero apenas pintar de bronze

O meu amor azul

Quero apenas ver o eclipse com ela

Sereno sub um ártico polar

Ou tórrido sobre um tropico tupiniquim

Quero estar é com ela...

Embora seja utópico, dissonante.

E muito corajoso pensar assim.

Mathias Moreno
Enviado por Mathias Moreno em 04/03/2011
Código do texto: T2827324