Barbarela...(Azimute)
Eu quero ver
Os girassóis amarelos
Não quero que nenhum monarca
Ou cogumelo
Apareça no meio da manhã
Pintando de cinza
O meu amor azul
Emperrando de areia
Meu rolimã...
Eu quero ver
Barbarela de biquíni
Não quero que nenhum psicopata
Ou homem das neves
Apareça na tela
Pintando de branco
O meu amor azul
Borrando de nanquim
Minha aquarela...
Eu quero ver
Os olhos de Julieta masina
Não quero que nenhum esperto Esparta
Ou romano
Apareça no meio do cenário
Pintando de rubro escarlate
O meu amor azul
Cobrindo de polens mortos
Meu lindo orquidário...
Eu quero ver
O lirismo de Lisbela
Quero as cores de Hanna Barbera
Não quero que nenhum poliglota
Ou autodidata
Apareça no meio da praça
Enchendo de nevoa
O meu amor azul
Cobrindo de duvidas pretas
O que antes era cheio de graça
Eu quero ver
A língua de Catarina Paraguaçu
Não quero que nenhum Luiz quinze
Ou aristocrata
Castre meu sonho tupã
Pintando de castanho
O meu amor azul
Cobrindo de zinabre
minha espada que é valente
como a de Dartanham
Eu quero ver
A indumentária de Cleópatra
Não quero que nenhum astro
Ou cometa
Se meta no meu azimute
Não quero que se mude
Nenhuma estrela ou trajetória
Nem que se extinga
Qualquer linha no horizonte
Quero apenas pintar de bronze
O meu amor azul
Quero apenas ver o eclipse com ela
Sereno sub um ártico polar
Ou tórrido sobre um tropico tupiniquim
Quero estar é com ela...
Embora seja utópico, dissonante.
E muito corajoso pensar assim.