Beijo-te... Beijo-te... Beijo-te

Silêncios...

............

escuto silêncios

calmos

frios

gélidos

inexpressivos

anestéticos

...........

Chopin entristece

acalma

... as nocturnas são lentas

devassas

sóbrias e feridas

tão românticas

quanto injustas

preciso de ti meu amor!

Passos deambulo

na noite terminada

a cidade desperta na alvorada

o meu desejo renasce

na vingança de morte

neste suicídio fastidioso

de não saber viver sem ti

O Oceano atlântico

bordeja a enseada

os barcos arribam da faina

mas não te espero em cada um que venhas

pois na lonjura te escondes

nas ondas

em cada uma

uma a uma serenamente

copiadas

em cada forma

de normas

tretas

conjecturas

um cinzel

um trevo

uma sorte

uma distancia...

Aqui me sento

no pensar do teu nome

que cujo já nem sei saber

larguei-te nos pés da aurora

uma Odisseia sem terminus

navegante

minha doce e embalada gaivota errante...

Silencioso...

escuto silêncios

tardios

esquivos

e o amor

é mor que eu

maior que nós

infinitamente maior

maior maior maior...

Acabo como sempre

numa revolta de ego

onde te tremo num ariscado sussurro

acabo nos teus lábios

vezes e vezes

sem conta

porque contas

só teus beijos eu conto

porque acabo sempre aos beijos

nas contas que te conto...

Beijo-te

beijo-te

beijo-te...

Vampiro

PauloMartins
Enviado por PauloMartins em 03/03/2011
Código do texto: T2827140
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