NUVENS DE MARÇO
Repentinamente vi pela janela
Ao longe uma linda aquarela
O meu deus grego nas nuvens a sorrir
E eu não tinha como ao seu encontro ir
Ah! Se ele soubesse do amor
Que em meu peito habita
E esta minha desdita
De ser apenas uma flor
Prisioneira das minhas raízes do medo
Enquanto ele é livre pra voar sem segredo
Do meu vaso de cristal
Vejo o quanto amar é fatal
As nuvens vão se dissipando
Mas o seu rosto permanece na mente
A chuva chega e a terra vai molhando
De mansinho, até torrencialmente
A avenida fica alagada
A minha face encharcada
O transito congestionado
A minha tela torna-se um borrão pintado
Já não há imagem
Tudo fica confuso...é grande a agitação
Meu corpo é abraçado pela friagem
Ah terrível solidão
Sim, estou triste...alheia a tudo enfim
Com saudades do que não vivi
Ah esse amor que se realiza em sonhos
Amo-te tanto, jamais te esqueças de mim