NUVENS DE MARÇO

Repentinamente vi pela janela

Ao longe uma linda aquarela

O meu deus grego nas nuvens a sorrir

E eu não tinha como ao seu encontro ir

Ah! Se ele soubesse do amor

Que em meu peito habita

E esta minha desdita

De ser apenas uma flor

Prisioneira das minhas raízes do medo

Enquanto ele é livre pra voar sem segredo

Do meu vaso de cristal

Vejo o quanto amar é fatal

As nuvens vão se dissipando

Mas o seu rosto permanece na mente

A chuva chega e a terra vai molhando

De mansinho, até torrencialmente

A avenida fica alagada

A minha face encharcada

O transito congestionado

A minha tela torna-se um borrão pintado

Já não há imagem

Tudo fica confuso...é grande a agitação

Meu corpo é abraçado pela friagem

Ah terrível solidão

Sim, estou triste...alheia a tudo enfim

Com saudades do que não vivi

Ah esse amor que se realiza em sonhos

Amo-te tanto, jamais te esqueças de mim

Stéla Lúcia
Enviado por Stéla Lúcia em 03/03/2011
Reeditado em 01/09/2011
Código do texto: T2826692
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