ESPELHO

Na gaveta, remexia,
Achei o que não queria,
Em versos inacabados...
Eram lembranças marcantes
Daqueles tempos distantes
Em um papel amassado.

Os casos mal resolvidos,
Diziam os versos lidos,
Em estrofes bem rimadas...
Num espelho embaçado,
Imagens do meu passado,
Nítidas foram formadas...

Ainda novo eu me vi,
Quando para você eu li,
Meu verso, minha querida...
Mas você não entendia,
O que o meu verso dizia,
A razão da minha vida...

Depois, os versos rasgados
E pelo chão espalhados,
Em frangalhos, meu coração...
Agora bem compreendo,
Levei tempo, mas entendo,
Amor não rima com razão.!