Foco

No vai e vem da vida,

Paramos de olhar as pessoas.

São vultos fugazes

Devorados pela pressa

Vemos mas não enchergamos

Que ali vai alguém semelhante

Também buscando o seu lugar.

Sentei no banco da praça

E resolvi respirar um pouco

Enchi os pulmões de ar desconhecido

Talvez inspire-o todos os dias

Mas, parado pude dominar as sensações

e sentir a novidade de respirar conscientemente

Observei cada passante

Em sua riqueza de detalhes

E observando...me descobri vivo...

As pessoas são tragadas pelo mundo

Esquecem da sua essência verdadeira

Perdem o foco do viver

Um dia desses parei para te observar

Com o retomar dessa minha capacidade adormecida

Li e reli cada detalhe de sua face

O leve palpitar do teu colo

A paz do teu semblante

absorta nos seus afazeres diários

Platonicamente amei cada sinal

Pude ver o brilho da luz invisivel que te envolvia

O movimento das moléculas do ar ao seu redor

Fiquei feliz ao te notar tão linda e viva

Não como o vulto que assombrava minha vida

Resolvi largar de vez esse vício louco

De correr atrás de dinheiro

Resolvi viver plenamente o pouco

de tempo que sobrou após o meu despertar

Quero viver, viver e te amar cada segundo

Sentir os cheiros e os movimentos da vida

Não deixar nada que verdadeiramente importa

passar outra vez

Quero amar, amar e amar.. e nada mais.