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ODE À ESPERANÇA
JB Xavier
Que o silêncio se converta às tormentas que me assolam,
Ou que as silenciem para que não mais me atormentem,
Pois que apenas de silenciosos tormentos vive minha alma
Debatendo-se no mergulho insano dos silêncios atormentados...
Que a treva se converta à luz, que fugidia, me escapa sutilmente
Ou que esta se entregue ao negrume com que convivo
Pois que em trevas iluminadas se debatem meus pensamentos
Enquanto fecha-se, na luz que se esvai, minha consciência diluída...
Que a tristeza se converta às alegrias que um dia me visitaram,
Ou que as alegrias calem, para sempre, seus melancólicos ecos,
Pois que apenas em tristezas alegres vive meu ser
Enquanto pende do abismo, presa pela alegria desencantada e triste...
Que o dia se converta à noite, que me envolve em sua plena luz
Ou que a noite se ilumine no sol de doces esperanças
Pois que convivo com o martírio de vislumbrar o sol
E a cegueira do negrume da noite nevoenta de uma alegria distante...
Que o tempo se converta enfim à eternidade que me condena
Ou que seja eterno o tempo dos meus vazios instantes
Pois que cheios estão agora de minha tormentosa pena
Onde me busco no labirinto desses caminhos em que sigo vacilante...
Possa o Céu se converter nos paraísos um dia prometidos
Ou estes descortinarem enfim a celestial morada,
Pois que trago o corpo cansado e os pés feridos,
E já não sei se poderei continuar a caminhada...
Que o amor se converta ao ódio nessa luta insana
Ou que o ódio se converta ao amor que um dia vivi...
E me deixem provar da fonte mágica da entrega humana,
Para que, amando, eu tenha a certeza de que existi...
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ODE TO HOPE
JB Xavier
Tthat silence becomes the storms that plague me,
Or silence it to torment me no more,
Because only in silent torment lives my soul
Debating on the insane dive of tormented silences...
That the darkness becomes light, that elusive, subtly escapes me
Or that the darkness surrender to the blackness I live with
Because in illuminated darkness struggle my thoughts
As it closes in the fading light, my conscience diluted...
The sadness convert itself to the joys that one day I visited,
Or the joys silenced forever, its melancholy echoes,
Because only in gay sorrows lives my being
While it hanging from the abyss, trapped by the joy disenchanted and sad...
That day becomes night that involve me in its full light
Or that the evening enlighten in the sun of sweet hopes
Because I live with the martyrdom to glimpse the sun
And the blindness of the foggy darkness night, far from a joy...
That time becomes to eternity which condemns me
Or that is eternal the time of my empty moments
Because it is now full of my stormy pains
Where I seek for myself in the maze of my paths that I follow faltering...
Heaven can become paradises one day promised
Or can the paradise finally transform itself in a heavenly abode,
Because I bring my feet wounded, my body tired
And I do not know if I can continue the journey...
That love becomes hatred in this insane fight
Or that the hate becomes love that I once lived...
And let me taste the magical source of human surrender
And so, perhaps loving, can I make sure that I really exist...
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