MEU AMOR E EU
Meu dia termina e me deito
ao lado do meu amor.
Escuto violões chorando na rua
e não consigo distinguir
sonho de realidade.
Queria tanto confessar meus pecados,
mas a vida me cortaria em fatias
e talvez eu perdesse
o meu amor.
Por que não sou pura?
Por que não sou limpa?
Trago em mim tristezas ancestrais.
Talvez meu amor tenha fascínio
por meus tristes olhos.
Deito ao lado de meu amor
e seu calor me alivia
do frio desses tempos
em que deixamos o vazio
parecer grande coisa.
O que me angustia é que sei
o quanto tudo é passível
de ruir
estrepitosamente.