Cefalópode

Malarmé esfaqueia o tecido de seda pura,

enquanto me enveneno com o absinto.

São essas as cenas de miniatura

compostas em filigranas trabalhosas,

que muito fazem minha cabeça doer,

e me tornam cada vez mais sem surpresas.

Malarmé se cansou de mim,

o absinto acabou,

meu veneno virou anticorpo e...

sobrou este pote de sorvete onde afogo a falta de talento.