Da acídia que tu me salvas

Do dia em que te conheci, meu amor

Lembro todos os passos que dei

Indo te buscar no teu corpo, ou te deixando vir comigo

Tão diferente, mas tão próprio de nós

E hoje, meu coração trai minha confiança

E se eu busco não pensar em nada

Faz o favor de acelerar, e me causar pavor de não te ver

Mas sei que não nos machucaríamos

Por isso te permito em mim

E me aproximo, meio de lado, mas sem cobrança

Te mostro minhas mãos, e o afago possível

Mostro um beijo desenhado em minha boca

Pra que, caso queiras, me mostre algo também

No começo é só por amor

Depois é porque não há algo bom quanto seja, que já não tenhamos vivido algo tão melhor

E certamente se algo me deixa feliz

É porque me faz lembrar você

Não espero que alguém entenda

Fora a gente

Nesse nosso amor só nosso …

E que realmente me deixa sem palavras

Calei hoje, infinitas vezes

Com o pensamento em ti

E o corpo distante

Que a saudade doa, penso mesmo assim

Mas que eu a mate logo

Vou chegar, te surpreender

Te chamar pra sair

Possivelmente voltaremos já na madrugada

E quem sabe, com alguma sorte …

Isso possa durar .

Daniel de Sena Pires – Da acídia que tu me salvas (28/02/2011)