Desventuras
Como é bom amar você
Mesmo que sejas “proibida pra mim”
Como é bom ver você
Mesmo que eu sinta o desconforto do coração acelerado.
Ainda que a saudade seja torturante
Ainda que o tempo insista em ser célere
É bom estar com você por apenas alguns instantes.
É agradável estar ao seu lado
Ainda que eu permaneça calado por não encontrar palavras para
Dizer o quão feliz estou por estar com você
E eu que sempre me considero realista, racional
Agora me deparo com o mágico, com o encantado
E fico a rir por dentro (para não me chamarem louco!)
Apenas por lembrar do seu jeito, do seu sorriso, da sua voz
Das coisas que me diz, do seu cheiro, enfim
Dos encontros nupciais.
Eu que me julguei incapaz de amar fui castigado (pelo destino, por
deus?)
Agora amo. Proibidamente, desesperadamente
E sinto que este sentimento ficará impregnado em mim
Como nódoa de caju, a despeito do passar do tempo
Tempo que me interrogará no futuro
Por que não vivi intensamente esse amor
E o que responderei ao tempo?
Que tive medo de me entregar para não sofrer ou para não machucar
alguém?
Que não vivi por que estava “preso” a outra pessoa?
Sim! Direi ao tempo que eu já estava prometido a outro alguém
Mas o tempo não ficará contente com minhas respostas
E não te libertará da prisão onde te encontras presa em meu
pensamento.
E assim, nas noites de sábado e nas tardes de domingo
Estarei pensando em você e desejando estar contigo
Em uma “casa no campo” recostado a teu seio, no embalo de uma
rede.