Tenho Saudades Tuas…e detesto tal em mim…

Nada me deste

A não ser a promessa eternamente adiada de um corpo

Sendo que os corpos

São sempre secundários em mim

Mas sinto saudades tuas

A espaços

Num absurdo sem nexo

Mas assumo as saudades

Porque aprendi que na paleta democrática quase infinita da vida

Há lugar para sentires assim…

Os canais de comunicação estão em aberto

Eu sei por onde andas

E tu pensas que sabes onde estou

Apesar de ter disfarçado o meu rasto

Da pessoa que eu era

Que tu conhecias

Se ter de tal forma metaforseado

Que se regressares um dia

Nunca saberás

Se realmente

Como na outra vida que conheceste bem

Se te quero a meu lado…

Porque fechei uma porta

Quando anteriormente

A costumava deixar aberta

Porque o pensar em ti

É algo

Que mais detesto

Que me agrada

Porque uma noite a tão lado

É algo que me deixa apreensivo

Quando antes

Era uma coisa sagrada…

Por isso detesto

Sentir a tua falta

Mesmo que tal seja cada vez mais raro

Detesto ter saudades tuas

Detesto lembrar-me de ti

Detesto lembrar-me que um dia

Te estimei para além do razoável

Detesto

Que esse pensamento

Por vezes me seja agradável

Porque marcaste um “antes” e um “depois”

Uma viragem decisiva na minha vida

E por isso apesar de nada

Mesmo nada

Me ligar a ti agora

Detesto

Odeio

Essa marca

Que deixaste

Na minha alma…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 27/02/2011
Reeditado em 27/02/2011
Código do texto: T2818645
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