Tenho Saudades Tuas…e detesto tal em mim…
Nada me deste
A não ser a promessa eternamente adiada de um corpo
Sendo que os corpos
São sempre secundários em mim
Mas sinto saudades tuas
A espaços
Num absurdo sem nexo
Mas assumo as saudades
Porque aprendi que na paleta democrática quase infinita da vida
Há lugar para sentires assim…
Os canais de comunicação estão em aberto
Eu sei por onde andas
E tu pensas que sabes onde estou
Apesar de ter disfarçado o meu rasto
Da pessoa que eu era
Que tu conhecias
Se ter de tal forma metaforseado
Que se regressares um dia
Nunca saberás
Se realmente
Como na outra vida que conheceste bem
Se te quero a meu lado…
Porque fechei uma porta
Quando anteriormente
A costumava deixar aberta
Porque o pensar em ti
É algo
Que mais detesto
Que me agrada
Porque uma noite a tão lado
É algo que me deixa apreensivo
Quando antes
Era uma coisa sagrada…
Por isso detesto
Sentir a tua falta
Mesmo que tal seja cada vez mais raro
Detesto ter saudades tuas
Detesto lembrar-me de ti
Detesto lembrar-me que um dia
Te estimei para além do razoável
Detesto
Que esse pensamento
Por vezes me seja agradável
Porque marcaste um “antes” e um “depois”
Uma viragem decisiva na minha vida
E por isso apesar de nada
Mesmo nada
Me ligar a ti agora
Detesto
Odeio
Essa marca
Que deixaste
Na minha alma…