Por instantes atrás da cortina
o vermelho do neon explode
sangrando no branco da seda
onde colheste minha seiva
regaste, minhas flores.

Mataste minha sede com
tuas mãos agitando-se como
pássaros brancos na noite fria.

Dormes agora como um
Serafim,com teus cabelos
cacheados entre amarfanhados
lençóis de seda, com tuas
pálpebras tremulando como
asas de borboletas.

Saio de leve para teus
sonhos não despertar.
Levando-te em minha pele
na noite escura morrendo
em cada passo que dou
com tua imagem de anjo
gravada na retina na
madrugada fria.