SOZINHO

Aproveitei que ela estava fora,
resolvi então surpreendê-la.
Arrumei toda a casa,
comprei incenso perfumado,
vela sobre a mesa e um jantar a dois.
Fiz uma seleção com as nossas músicas,
no canto da sala, na entrada da porta,
um arranjo de rosas perfumadas.
após um banho e um perfume fiquei à espera.
Ao entrar em casa esperei sua reação
ao ver o que eu havia preparado,
então ela virou-se espantada
e com um olhar de reprovação disse:
“Andou aprontando na minha ausência
e agora quer redimir-se, não é?”
Sem falar mais nada foi para o quarto,
tomou um banho e deitou-se, alegando cansaço.
Apaguei a vela sobre a mesa e o incenso,
cancelei o jantar que havia encomendado,
sentei-me no sofá em silêncio
olhando as rosas silenciosas e frias
que pareciam compadecer-se de mim.
A casa era só silêncio.
aproximei-me da porta do quarto,
ela dormia abraçada ao travesseiro.
Nem notara o quanto estou apaixonado.
em silencio sentei-me ao seu lado
virado para o canto da parede,
enquanto lágrimas caiam dos meus olhos.
Deitei-me e demorei a conciliar o sono
pensando porque tinha que ser assim:
Depois de tanto tempo,
eu sem meu amor,
meu amor sem mim.
 
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Cônsul Poetas del Mundo – Niterói – RJ
Valdir Barreto Ramos
Enviado por Valdir Barreto Ramos em 25/02/2011
Reeditado em 26/02/2011
Código do texto: T2813669
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