O que se vai à mesa.

Boca, como o sal que afasta o pecado

Me traz amor , espanta o azedo em orvalho

Doce, como brigadeiro

Lambuza meu ego com desejo

Esteja eu perdida entre a distância

Teu sublime rosto eu vejo.

Da maciez tal como a nuvem

Pele forjada do pão

Alimenta-me a alma

Sem calma, me traz paz

Agonia do silêncio se faz

Eis-me aqui sólida

Esperando o teu bater na minha porta

No gosto , o oposto do medo

Vivido olhar , olhar que avisto em segredo.

Agora não mais.

Todo retrato possivel

Cá estou eu invisivel

Nem me vejo mais

Madrugada companheira

Fiel escudeira do pensamento.

Alento.

Constrói em mim e derruba a força do vento

Faz de mim o que quiser.

Aposento o medo

Você tão garfo, eu tão colher

E que sobremesa seja nossa felicidade

Prato principal da criação

Que seja nós tão assim

Feito leite e café

Manteiga e pão.

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 25/02/2011
Reeditado em 27/11/2011
Código do texto: T2813506
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