Odeie-me!

Não adianta te amar assim,
Esse amor mexe contigo,
Sufoca-te, angustia,
Faz a dor sumir.
Então, por isso, odeie-me...

Faço a tua vontade,
Os teus caprichos,
Suporto os teus melindres,
Mas não entendo, por quê?
Respeito-te, admiro-te.
Então, por isso, odeie-me...

Protejo a tua retaguarda,
Derramo lágrimas por você,
Massageio o teu ego,
Carrego-te nos braços,
Cuido dos teus afazeres.
Então, por isso, odeie-me...

Posso velar o teu sono,
Estar nos sonhos,
Amenizar tuas fraquezas,
Conviver com essas vaidades.
Talvez por isso, odeie-me...

Não vou desistir,
Pode odiar-me,
Pode não mais querer.
Ainda assim, adoro você.
Mas, pode odiar-me, odeie-me...


Edir Gonçalves
egpoesias@hotmail.com



 

EDIR GONÇALVES
Enviado por EDIR GONÇALVES em 24/02/2011
Reeditado em 04/12/2021
Código do texto: T2812950
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