AMAR, MESMO SEM PRUMO
Agora
O andar existe
Conciso
Instigando um sorriso
Avanço
Tenso
Que se insiste
À constância
Incerta
De uma reta
Que se endireita
Correta
Numa meta
Que me assiste
Não mais tristeza
Ou alegria
Fidalguia,
Patifaria,
Maldade...
Atrocidades retardes
Do dia-a-dia
Existe um algo
A mais...
Eu e esse olhar
De cais
Que persiste
Ao descarregar-se palavra,
Verbo
Pelos sulcos
Do meu cérebro
Por imagens
de navios e brisas
A domarem meus cabelos
Adentrando
Pelas raízes
Crânio adentro...
Sei que estou
Bem em cima
De não-sei-onde
Sei do sangue
Que não circulou
Até ontem
Sei que ele secará
Em minhas veias
Num após que virá
Sem quando
Ou como
Assomo
Ou lugar...
Sei o que irá me tomar...
O resto nem tanto importa
Importa-me
Poder amar
Mesmo sem prumo...
Abri
As comportas
Do não esperar
O resto que subsiste
Apenas se suporta
Como efeito colateral
Do se insistir
Em se restar