A DIVA E O LADRÃO
Era pra ser comum aquele dia tempestuoso de inverno
E caberia ao tempo permanecer servo do que lhe impunha o destino
Nada justificaria o desvio no caminho, nada impactaria o pulsar interno
Ninguém sabia que o julgado laço eterno veria seu crepúsculo surgindo!
Pelas esquinas casuais de uma conspiração qualquer do despudor
Alguém aquele olhar roubou e nunca mais sequer pensou lhe devolver
Falou o que palavras temeriam dizer, quando no brilho tudo proclamou
Seguramente com clareza convidou, sem chance alguma de perder!
Não cogitou a linda dama descer dos pedestais impávidos da moral
Correspondendo ao sinal que lhe fizera a mais ousada das loucuras
Deixou ao léu suas vestes puras, pisoteou o campo minado social
E se lançou ao prazeroso vendaval, sem medo das explosivas alturas!
Mal percebeu a sublime diva, que suas regras esmagaram-se qual pó
Não viu-se só, porque nadava nos delírios proibidos de um ladrão
Que lhe roubou sem permissão, que lhe amou sem compaixão e dó
Deixando-lhe a garganta em nó, quando partiu e conduziu seu coração!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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