Dores, amores e mais dores
Trazes contigo palavras de insulto
e eu de tão bruto as engulo feito um tolo,
um bicho do mato ou quem sabe um lobo,
um pintinho frágil e abandonado e à tua selva exposto.
Tu és a onça despintada e de garras tão frágeis,
que me engole dormindo e sem me mastigar,
apenas porque não fiz aquele amor contigo.
Depois de um exíguo beijo houve o fim de tudo,
na exata hora do quarto, marcada pelo luto,
quando o teu amor ferido veio matar o meu cansaço desamado.
Mergulhei no descompasso de tuas lágrimas
e senti que qualquer amor se acaba,
mas, triste, os corações resistem a tudo e novamente amam.