Palavras 0255 - Proíbo-me
E continuo meu destino seguindo um ritmo,
sigo as sombras do sol que me anima,
enquanto vozes me queimam os pensamentos,
pergunto-me se vale a pena sorrir, se vale viver.
Tenho asas, mas não sei fazer vento,
quando estou louco, fico bem,
quando estou amante, fico melhor,
quando estou noite, desperto o poeta
que abre o peito e grita frases para a lua.
Sei que gosto da minha pouca vida,
caminho aos relâmpagos que me tiram o sono,
escrevi meus desejos numa pedra a beira mar,
a cada batida as ondas acorda meu destino,
por uma hora fiquei eterno, sem dores e desperto,
mas o sonho passa, as vontades se perdem adormece.
Proibi meus sentimentos de viajar novos corpos,
não fiz acordo com meus amanhãs,
mantenho-me puro, respeitoso as minhas crenças,
até que passe as tempestades e os sonhos voltem.
Não mais me proíbo de nada, nem palavras,
nem respostas, somente espero de mãos abertas,
de braços com meus amores todos, milhares,
que me fazem momentos, alguns melhores e outros...
Sem reclamar da viagem, esta noite retornarei ao céu,
buscarei sonhos que carregarei em meus braços,
já é hora de mudar cada detalhe do meu destino,
acertos e erros, certezas e caminhos, não volto para
aquele corpo mal desenhado e vestido de carne.
Proíbo-me de reclamar da terra que me cuidou,
do véu que me cobre a cara, das orações sem crença,
dos sorrisos falsos com dentes extremamente brancos,
e bocas pobres falando o incerto sem remover raivas.
Proíbo-me de ser igual, diferente ou apenas mais um...
22/02/2011