VOCÊ CORTOU MINHAS ASINHAS,

MEU AMOR...


A nossa diferença é você ser tão

parecida a mim,

porque acabo sempre tropeçando

no surreal do teu surrealismo,

enquanto na esquina estão vendendo

pamonhas.


Ele grita...tá quentinha...tá quentinha...

e ela me diz:

adoro pamonha quentinha...vou comer

uma....quer ?

E eu digo que também quero...e nos

lambuzamos pelas ruas.


Ela é a pura simplicidade, mas vive

sempre nos mais altos altiplanos,

e para chegar até ela preciso primeiro

escalá-la por inteiro,

e perceber que no mais íngreme de

sua volição,

sempre aprendo uma lição.


Seu fogo... ah esse fogo...que eu apago

sempre com minha paixão,

mas não só a minha...e isso ela não quer

que eu ventile...

e então eu fico bonzinho só porque ela

ontem me pediu.


Mas em mim ardem sempre as chamas

dela,

mais que as minhas...

porque em suas chamas encontro

meu alimento...

que é como um maná das venusinas

deusas do

apologético paradiso.


Olha heim...olha o que você vai

falar de mim...

E eu olho mesmo, enquanto novas

palavras

se tingem de vermelho,

essa nossa cor preferida

que vem do coração.


Surreal sim...você acabar em meus

versos numa abstração de deleites...

enquanto

concretamente, eu mesmo me divirjo

nesta vitrina

onde os nossos melhores momentos

se expõem.


Hum...estamos satisfeitos...mesmo

no tudo não feito...

e teu cheiro resplandece...e sempre

me incandesce.

Você, é sim, minha diva....e eu sou

como você mesma diz...

o teu divo.


Nós dois...Diva e Divo....tentando

surrealizar-se o máximo possível,

sem contudo intentar voar,

porque não adianta mesmo.

Hum...não vale !

Você cortou as minhas asinhas !!!

Quero outras...meu amor.

 

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Autor: Cássio Seagull

Poesia que fiz em 21-02-11 às 21 h em SP

Lua cheia - temporal dos fortes - 28 graus

Beijos e abraços para você...boa terça

cseagull2@hotmail.com

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