Madrugada no vento do teu amor
Passo as mãos pelo vento
passo no nada
o beijo retocado da tua boca
o toque vadio do teu corpo
o vento sorri!
Passo o olhar pelo sentimento
escalonado nas montanhas
adventos
e sotaventos
brisas marinhas
e algumas ondas
e o vento brinca!
Passo na agonia das madrugadas
vidas sem ti
portas e janelas escancaradas
para que entres na ventania
para que venhas na correria
e beijo o vento!
Passo um toque no teu corpo
um sinal de vontade
uma mulher estendida na cama
um sono
um sonho
estás...
E vento chia!
Silencio a noite no alpendre
longe é a distancia
brumas alvoraçadas
meias fitas remadas
meios barcos afortunados
e naufragados
no teu olhar de cancioneira
mulher serena
sereia livre
venta o dia
amar de amar
amar de tempo
aqui
ali
acolá
além
passa
que passa
no rebordo dos teus lábios
sisia no teu beijo
beija beija
na tua boca perdido
e acorda afogueado
não era nada
não era nada
não era nada...
Eras TU!
Paulo Martins