Madrugada no vento do teu amor

Passo as mãos pelo vento

passo no nada

o beijo retocado da tua boca

o toque vadio do teu corpo

o vento sorri!

Passo o olhar pelo sentimento

escalonado nas montanhas

adventos

e sotaventos

brisas marinhas

e algumas ondas

e o vento brinca!

Passo na agonia das madrugadas

vidas sem ti

portas e janelas escancaradas

para que entres na ventania

para que venhas na correria

e beijo o vento!

Passo um toque no teu corpo

um sinal de vontade

uma mulher estendida na cama

um sono

um sonho

estás...

E vento chia!

Silencio a noite no alpendre

longe é a distancia

brumas alvoraçadas

meias fitas remadas

meios barcos afortunados

e naufragados

no teu olhar de cancioneira

mulher serena

sereia livre

venta o dia

amar de amar

amar de tempo

aqui

ali

acolá

além

passa

que passa

no rebordo dos teus lábios

sisia no teu beijo

beija beija

na tua boca perdido

e acorda afogueado

não era nada

não era nada

não era nada...

Eras TU!

Paulo Martins

PauloMartins
Enviado por PauloMartins em 21/02/2011
Reeditado em 22/04/2011
Código do texto: T2806607
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