Eau de Eduardo Paixão
Eu faço a música existir
em três estágios do espaço.
A música não é a verdade
se quem ataca as teclas é indiferente,
se quem ouve é ferido de morte
e ela, por si só é uma escultura de ar.
Elegias são para viajantes obscuros,
aqueles que se escondem dos meus olhos.
O que conto quando toco,
diz do sono que acomete o espírito,
da inércia que causa a perplexidade,
e da beleza que não está lá.
Sou o flagelo,
a fome e a enfermidade,
até que, de repente...
este não sou eu.