FACE OCULTA
Se tu conhece a região
Nade no mesmo sentido
Dos escritos tão românticos
E do significado contido
Nas entrelinhas dos versos
Das estrofes os reversos
Do poeta comedido.
Antes do público, o escondido
Nas matas e serranias
Terras onde ninguém manda
Vistas em todas as cercanias
Luzes denunciando o vulto
Divulgas o teu rosto oculto
Para as várias cidadanias.
Levado pelas ventanias
Que no lugar faz a curva
Se tu conheces onde anda
E bebes da mansa chuva
Não conseguindo compreender
Para que tanto se esconder
Numa imagem antiga e turva.
Macio como uma luva
São os consentimentos
Seja a minha tripulante
Nos mares dos consentimentos
Juntos nós conseguiremos
Os obstáculos venceremos
Em prol dos sentimentos.
Não temas pelos momentos
Que talvez tu nunca tenhas
Se não for feliz no mar
Serás junto às vacas prenhas
Soltas no imenso pasto
Correndo no campo vasto
Perdidas nas negras brenhas.
Com isso talvez não venhas
E prefiras a cidade
Rodeada de madames
No seio da alta sociedade
Senhoras da burguesia
Filhas da mesma freguesia
Parceiras da ociosidade.
Quem busca a felicidade
Não escolhe lugar nem hora
O amanhã ainda não veio
O ontem já foi embora
Escolha o meu caminho
E terás o meu carinho
Hoje, amanhã. Agora.