Doce Vampiro...
Colorido anjo
do paladar
colorido beijar dos raios-solares
belas rosas
e borboletas
doce néctar do meu florido manjar
Deixa-me inventar-te um jardim
com lantejoulas
e papoilas
Deixa-me alucinar
nos ópios da mente
no rés-do-chão do pensamento
nas prateleiras entre o chão
e no altar
etéreo do firmamento
Deixa que me perca pelos sonetos
de Dostoievski
ou nas românticas de Rachmaninov
ou nos réquiens de Mozart
Verdi, ou Stravinsky
Deixa-me esquizofrénico
Satanás
Uma pira romana
Um Fantasma da Ópera
ou uma meretriz de Bizet
Deixa-me liberto nos ventos
doar-te à vida
entre o verde
e o amarelo
entre o estado e o status
entre uma pedra solta
e a minha amência
Vil razão
do tempo num refrão
Que escrito imenso
nada tenho
e tendo
nada...
Deixa que te tenha
por dentro da vida
uma Avenida de felicidade
uma solta licença de te amar
e uma viola solta
para te acantonar
E depois...
Depois deixa-me ficar
estendido no singular
nos teus braços de a(mar)
desta imensidão escondido
porque não quero a mais ninguém
assim tanto querer...
E depois...
Juro: Fui!
...Amar assim não é um critério
nem é um vício
nem é neura
o que sinto à tua beira
Amar assim desgasta
amar assim...
Desgasta!
Espero-te ó tempo
repetidamente no tempo
e te espero
até que se abra tal porta
e nela caibas Tu!
No tempo espero-te
até que a porta se feche
e dentro dela Tu esteja nela!
No tempo
espero
quando não houver portas
porque estarás em mim adentro
EU
... Doce vampiro!
Paulo Martins