Poema 0869 - Reclamo
Deveria reclamar da pouca luz,
do amor que desencaminha,
o afeto, o sentido.
Reclamo o sol, a lua,
falo sempre dos astros,
reis e rainhas loucas que dá vida.
Amanheço prisioneiro do amanhã,
a felicidade parece prender-me,
não abre portas, não tem chave.
Amar é pouco, amar o amor,
como eu serei?
Não como ontem, não meu ontem!
Espero noutra esquina, mais uma,
ando quarteirões inteiros de vida,
e espero a um passo da beira.
Volto a reclamar do amor, do mundo,
mal agradecido, tenho liberdade,
não total, só, solitária liberdade.
01/11/2006