LOUCA PETIÇÃO

Creia-me quando eu mentir e se permita aos meus furtos

Que te alcancem meus braços curtos, que teu mar me desertifique

Que tua indiferença te certifique de que habito na luz de teus surtos

Pois pulo teus muros, mesmo que tua cerca me eletrifique!

Olha-me agora, porque estou nadando nas retinas de tua cegueira

Banhando em tua fogueira, correndo e voando em teu marasmo

Surpreende meu ego pasmo, saltando irresoluta em minha lareira

Dá-me tua sábia asneira, pois tudo que te advém me é entusiasmo!

Bate com força em minha face, parte pra agressividade de teu beijo

Mostra-me de ti o que não vejo, faz alusão ao teu diálogo sem voz

Troca-te por nós, contraria de uma vez a lei que não almejo

Juro que nem me mexo, se teu corpo vier ao meu com ímpeto feroz!

Se for assim, faremos fato sem as tintas da história

Faremos vereda sem trajetória, seremos céu sem mensurar altura

E nos violentaremos de ternura na guerra pura dessa infinda glória

Sem futuro e sem memória, doentes de tanta cura!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 15/02/2011
Código do texto: T2793436
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