DIGNA DOS VERSOS MEUS
Tu que habitas dentre as torres majestosas do castelo que sonhei
Nem sei por onde achar predicativos que te tornem bem descrita
Minha escrita é mero barro ante o mármore talhado na paixão que desenhei
Onde em pranto semeei para colher nos braços teus felicidade irrestrita!
Cada loucura dilatada nas pupilas desse meu obcecado olhar
Indesistível em te procurar, inapelável em seu argumentar a teu favor
É um canto de amor que nem sublime sinfonia lhe pode suplantar
Que eu atribuo à sedução de teu andar, cujo feitiço já me aprisionou!
Eu sou fiel apaixonado até por teu rascunho mais despercebido
Pois nele contemplo concebido a mais linda das feições
Até as matinais suaves irradiações, por ela tenho preterido
Posto que o amor que trago comigo nela sucumbe sem restrições!
E o que seria do hábil artista sem as pradarias que renascem em sua tela?
Tampouco eu sem ela teria logro pelas alamedas de toda poesia
Tal como o céu padeceria sem sol exuberante ou lua que se revela
Seria eu qual apagada vela, porque sem ela meu coração nem mesmo bateria!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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