Palavras 0247 - A morte de um (pobre) deus
Era apenas um céu com uma luz no teto de zinco,
não havia nuvens, não tinha tempestades, não tinha nada,
o vento soprava a calma em uma onda mansa de morte.
O branco velava a paz que cobria um corpo
respeitosamente rodeado de flores vermelhas,
a luz era pouca, proporcional aos seus pecados.
Era um deus incrível, mas sem nenhum trono de cristal,
as palavras não eram gravadas a ouro numa pedra cortada,
seus olhos agora de transparência inacessível aos sentidos.
Ninguém sabia o porque da sua provável morte,
depois de beber o vinho e comer queijo de cabra
tudo era possível nas promessas do rei, ou um deus?
Era apenas um céu com uma luz no teto de zinco,
todos esperavam que levantasse ao terceiro dia,
mas ele não veio do barro, foi feito de um amor proibido.
A dor da morte passou, seu corpo evaporou no grande espaço,
talvez fosse um sonho ou promessa de um céu novo,
de um deus que não dá luz nem ouro e não te leva pro céu.
14/02/2011