SENHORA DOS VENTOS

Hoje acordei com vontade de gritar

Com medo de acordar de um sonho lindo

Ao seu lado eu era apenas uma criança

Amando seus motivos mais simples

Seus planos mais modestos

Seus gestos enigmaticos para minha pouca idade

Não vaza, não segura a minha represa de emoções

Vindo a tona, meus sentimentos

Gritando seu nome nas transmissões de pensamento

Perdendo o meu eu

Colocando em abstração o dominio de tudo aquilo que acredito

Lamento de um corpo ausente

Ausente de alma

Jazindo de amores morridos

Das mortes perfeitas de rosas murchas

Ocupando meus espaços vazios

Me acolhendo em seu afago

Senhora dos ventos

Que te trazem pra mim

Talvez através de mim

Me desertando nas areias do universo

Tornando em tempestades ansiosas por seus braços macios

Sussurrantes sob minha cabeça

Com olhos enferrujados de lagrimas não caidas

Arrastando pelos ventos a minha amada senhora

De vestido listrado de corpo nú

Corroendo situações não me pertencidas

Tomando decisões alheias e irreversiveis

Calculando estrategias tecidas no desconhecido

Sem eficacia , nem resultados

Subo o morro

Me mato e morro de amor

Eder Marçal
Enviado por Eder Marçal em 14/02/2011
Código do texto: T2791421
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