SENHORA DOS VENTOS
Hoje acordei com vontade de gritar
Com medo de acordar de um sonho lindo
Ao seu lado eu era apenas uma criança
Amando seus motivos mais simples
Seus planos mais modestos
Seus gestos enigmaticos para minha pouca idade
Não vaza, não segura a minha represa de emoções
Vindo a tona, meus sentimentos
Gritando seu nome nas transmissões de pensamento
Perdendo o meu eu
Colocando em abstração o dominio de tudo aquilo que acredito
Lamento de um corpo ausente
Ausente de alma
Jazindo de amores morridos
Das mortes perfeitas de rosas murchas
Ocupando meus espaços vazios
Me acolhendo em seu afago
Senhora dos ventos
Que te trazem pra mim
Talvez através de mim
Me desertando nas areias do universo
Tornando em tempestades ansiosas por seus braços macios
Sussurrantes sob minha cabeça
Com olhos enferrujados de lagrimas não caidas
Arrastando pelos ventos a minha amada senhora
De vestido listrado de corpo nú
Corroendo situações não me pertencidas
Tomando decisões alheias e irreversiveis
Calculando estrategias tecidas no desconhecido
Sem eficacia , nem resultados
Subo o morro
Me mato e morro de amor