Apenas uma carta
O amor é de tal forma
Tão misterioso
Tão rápido e inesperado
Ou tão lento e previsível,
Contraditório em sua totalidade,
Que merece uma carta.
Não sabemos quando ele chega
Muito menos quando ele vai.
Quando chega,
Não queremos que parta
E quando parte...
Às vezes pensamos que assim
Seja melhor.
Comecemos a carta.
Não sei de onde vem
Esse ser de nome pequeno
Nem como se vai
Não sei como se manifesta.
Só sei que acontece.
Algum lugar, algum dia, de algum mês, de algum ano.
O amor por ser tão misterioso
Dar-nos a entender
Que tem várias faces,
Várias fases.
Iníquo e belo amor,
Venho por meio desta
Ou daquela, não sei.
Talvez já te tenha escrito
Em pensamentos, é verdade.
Mas somente sei o nome do destinatário,
Para onde envio esses
Pensamentos?
Talvez a pergunta certa
Seja aquela sem resposta,
Seja aquela respondida
Pelo próprio eco.
O silêncio pode ser moldado.
Mas é constrangedor, admito.
Por isso me calo.
Silenciosamente,
Alguém.