Apenas uma carta

O amor é de tal forma

Tão misterioso

Tão rápido e inesperado

Ou tão lento e previsível,

Contraditório em sua totalidade,

Que merece uma carta.

Não sabemos quando ele chega

Muito menos quando ele vai.

Quando chega,

Não queremos que parta

E quando parte...

Às vezes pensamos que assim

Seja melhor.

Comecemos a carta.

Não sei de onde vem

Esse ser de nome pequeno

Nem como se vai

Não sei como se manifesta.

Só sei que acontece.

Algum lugar, algum dia, de algum mês, de algum ano.

O amor por ser tão misterioso

Dar-nos a entender

Que tem várias faces,

Várias fases.

Iníquo e belo amor,

Venho por meio desta

Ou daquela, não sei.

Talvez já te tenha escrito

Em pensamentos, é verdade.

Mas somente sei o nome do destinatário,

Para onde envio esses

Pensamentos?

Talvez a pergunta certa

Seja aquela sem resposta,

Seja aquela respondida

Pelo próprio eco.

O silêncio pode ser moldado.

Mas é constrangedor, admito.

Por isso me calo.

Silenciosamente,

Alguém.

Bruno Mota Pinheiro
Enviado por Bruno Mota Pinheiro em 13/02/2011
Reeditado em 23/01/2013
Código do texto: T2790365
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