UMA FLÔR EMERGIU DO PÂNTANO

Já garotinha percebia seu mundo perverso,

Escuridão total onde não se vislumbrava a luz,

Pois todas as alternativas éram os vícios,

A droga perigosa que consumia as energias,

Ou a prostituição degradante até convidativa,

Muitas vezes por questões de sobrevivência.

Insinuações recebia para entregar-se aos vícios,

Mas resistia pois queria ter alternativas melhores,

E mesmo naquele mundo nefasto de escuridão,

Via que um dia o sól brilharia no seu horizonte,

Pois tinha caráter e uma imensa fé em Deus,

Que sentia estar junto à si em todas suas orações.

Corpo bonito como se por um artesão esculpido,

Tinha graças no andar e seu sorriso encantava,

E naquele pântano onde só emergiam misérias,

Aquela flor foi hibernando devagar em cores e formas,

Até que um dia implodiu numa estonteante beleza,

Pois conheceu um amor tão bonito que lhe sorriu.

Os grilhões que à aprisionavam no barraco miserável,

Se romperam e ela então buscou a sonhada liberdade,

E todas as cores que nunca antes tinha vislumbrado,

Apareceram como se fossem um lindo jardim de flores,

E regadas pelo aquele amor lindo que um dia floresceu,

Seus perfumes irradiantes foram então se espalhando.

Um amor puro de um jovem que um dia ela conheceu,

Salvou-a de um futuro cruel e sem nenhuma alternativa,

Pois existiam sómente para preencher o vazio da Alma,

O crack viciante que rondava todos os míseros barracos,

E a prostituição oferecida por homens que não tinham pudor,

Mas ela como uma linda flor emergiu do pântano sem vida.

13-02-2011