No meio da estrada.

Eu nunca disse
que não mais te procurava,
é que eu estive presente
sem saber aonde estava.

Eu tinha-te no pensamento
e o coração te cobrava,
mas o copo é um perverso
embebeda até a alma.

O telemóvel estava débil
com a bateria descarregada,
o teu numero estava secreto
na agenda apagada.

Tornava-se impossível
chegar aonde estavas,
o caminho era parecido
mas diferente era a estrada.

Eu me sentia um cego
com os recursos esgotados
nadando nos desejos
e com a língua embrulhada.

Estavas no pensamento
mas nos braços não estavas,
eu corria contra o vento
e o tempo me cobrava.

Eu pedia tempo ao tempo
mas o tempo não me dava.
E foi por falta de tempo
que eu fiquei no meio da estrada
.
Ulisses Maia
Enviado por Ulisses Maia em 12/02/2011
Código do texto: T2788431
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