ATOS
ATOS
Como não cambalear
no meu ultimo ato
O teu ultimo abraço
primeiro de tantos outros passados
uma sincera vibração
fez-se laço
no canto do olho
a cor boba transparente
umedecia a mais bela metamorfose
paisagem de nossos corpos
turbilhão dos atos
virgens, imaculados
como não recordar
a viagem de tua mão
sobre meus dedos
sublime, leve
sem a palavra não dita
sem a corda partida
sem o farfalhar de tua despedida
no ato vazio
desfe-se, sonho volátil
desce no canto do olho
a dor transparente úmida
na morte da esperança
jaz meu amor
a extrema gota d’água
última
Cíntia Thomé
"Não há mais nada a lamentar quando os corpos já não permanecem
com um único coração...o tempo mingua e o amor fica vazio"
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