QUANDO A CHUVA
Toda vez que chuva toca
O chão onde piso
Renascem as lembranças
Ressuscitando os fantasmas
Rasgando o meu disfarce.
Quando a chuva molha meu corpo
Minhas lágrimas e os pingos
Tornam-se irmãos gêmeos
Corroendo-se na mesma dor
De um tempo pretérito.
Quando a chuva retorna
Traz também as recordações
O fel oferecido na taça
Dos arrependimentos tardios
E dos mistérios ocultos.
Quando a chuva banha meu corpo
Desço os degraus das aparências
Penetro no universo das verdades
Quando a chuva me encontra
Não consigo esconder meus segredos.