QUANDO A CHUVA

Toda vez que chuva toca

O chão onde piso

Renascem as lembranças

Ressuscitando os fantasmas

Rasgando o meu disfarce.

Quando a chuva molha meu corpo

Minhas lágrimas e os pingos

Tornam-se irmãos gêmeos

Corroendo-se na mesma dor

De um tempo pretérito.

Quando a chuva retorna

Traz também as recordações

O fel oferecido na taça

Dos arrependimentos tardios

E dos mistérios ocultos.

Quando a chuva banha meu corpo

Desço os degraus das aparências

Penetro no universo das verdades

Quando a chuva me encontra

Não consigo esconder meus segredos.

Antonio dos Anjos
Enviado por Antonio dos Anjos em 12/02/2011
Código do texto: T2787520
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.