Viço

O branco perfume

Da flor de laranjeira

Espalha-se liberto

Do vaso que o continha

E da rotina que o sustinha.

Flor recém chegada,

Trazes consigo

O balsamo amigo

Para o sofrer antigo.

Alvo alívio,

A qual deusa agradeço

Por haver há em teu viço

Todo esplendor

Da vida nascida,

Ante a morte morrida?

Flor sozinha

Na curta sacada,

De teu parto

Outros nascimentos chegaram,

Como se outra Musa existisse

E algum poema insistisse.