TEU CORPO
Olho a anatomia do teu corpo
Como quem analisasse detalhadamente
O mapa de uma cidade maravilhosa.
(E mesmo que fosse a minha cidade!)
Sinto uma alegria infinitamente imensa
Olhando as curvas do teu corpo
Onde jamais minhas mãos irão tocar
Há tantas esquinas bonitas para se parar,
Há tanta matiz na muralha do teu coração,
Tanto amor e caricias imersas na solidão
Nas curvas do teu corpo nunca irei andar
(E há uma curva fechada que nunca irei dobrar)
Qualquer dia desses, quando eu for
Uma folha seca pelo vento levada
Na brisa do amanhecer, serei o nada
Dissimulado, invisível e deleitoso.
Que faz com que o teu olhar pareça
Mais um olhar de amor bondoso
Meigo, enigmático, gostoso e amoroso,
Corpo de anjo sobre o mais belo altar
(Desde já na multidão tão difícil de amar!)
E talvez, quem sabe, nele eu nunca repousarei.