Poema do riso
Um riso que endoidece todas as faces,
pela fresta, a avenida se envaidece...
sublime dor essa que alivia e renasce
e pela cidade um sóbrio louco agradece.
Aos recantos, desse mundo esquece,
a dor do sofrer em lágrimas sem amanhecer,
pasmados, emudecidos, sorriem desse entender
e o sol despe o corpo que responde, adeus aos açoites.
Que noite!
Advém o novo encanto que escarnece da promessa,
veste-se de festa no riso que a todos enaltece,
cai a estrela embriagada sem mais preces...
adentra um pouco na gargalhada que merece.
Vai! Canta o hino da colcha de retalhos colorida,
e a mão da velha que fenece no poema que já desce,
na quebranta dessas lágrimas secando as feridas
renasce da luz emergindo novo dia que floresce.
07/10/2006