CONFUSO AMOR

C O N F U S O A M O R

Mal começa o combate, na aurora do pensamento

Tudo muda; até o céu que passa a cor de chumbo.

Somos esfera no declive

Amamos como folhas ao vento

Num instante sim, noutro não...

Como mastro fincado na areia

Não saber dos sentimentos?

Bem me quer, não me querer

Pior! A recíproca acontece

Amar assim é besteira burocrática

Encantas no olhar e maltrata

Creio não ter dilemas

Refuto a descoberta tardia

Aceito o coração bater por bater

Mesmo em preconceito disfarçado

Sem retribuição repartimos confusão

Entre nós muralhas eternas

Chorar... lastimar... degradiar...

Oh! Nunca. Nuances de impossível

É minha a culpa, de ninguém mais.

A que faço confusão?

Confundir o amor.

Até sonhar com a imensidão

Sei lá! Talvez cantar... gargalhar...

Amor de barro em mãos calejadas

Amor rançoso, porém doce...

Coração vazio de presença humana, fantasioso... que reclama...

Não! Não acabou a comunicação!

Confundem-se as juras ditas

Trocamos as bolas

Trago carinho escondido no bolso

Não querer? Não ter? Não ser?

Sei lá! Só quero viver...

(agosto/1981)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 11/02/2011
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