Laramablog, texto e imagem- Lisboa
A seguir a um beijo
correm manadas de cavalos selvagens
à nossa beira,
abrem-se os céus
com o ribombar dos trovões.
A seguir a um beijo
surge o instante em que
a matéria não existe,
nem os nossos sentidos
nem sequer o pensamento.
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APENAS UM BEIJO
Clarões desta luz penetrante
Incendiando ansiedades
nos corpos tão jovens...
silêncio,
tremores,
aquele vento...
Sem fim, o abismo dessa queda
ouvindo o ruído das águas da lagoa
e a escuridão da noite a nos
tornar unos por estes instantes
cuja intensidade vige ainda nas entranhas!
Era só uma noite
e o nosso desejo fulgurando.
E eu , contudo, nem sabia
que o melhor do amor poderia
ser apenas todo aquele encantamento
boca na tua boca...
a lagoa a cantar seus lamentos!
Apenas um beijo num verão,
estremecimento...
e agora...
vaga fotografia!