Apego

Eu não desapego quando era preciso

Não me apego ao visível

Me pego no apego ermo, imprevisível...

Que cedo me fez suscetível

Carrego o estigma da preservação

Interno, mudo, sem razão...

A perpetuação dos vínculos

Sem lógica e prévia apreciação

Um doer constante a vagar na alma

Pedaços dos outros faceiros

Que, dentro de mim, se movem com calma

Sem a pressa extirpadora dos bandoleiros

Fico sem ar nas lembranças

Sem pernas nas saudades

Sem que alguma esperança

Recupere-me as vontades