Rio de Janeiro enamorado
Lá fora chovem
pingas de lágrimas
que escorrem pelas vidraças
- Um café curto!
Uma mesa ao teu lado
consciência
dois dedos de prosa pensada
silencio brutal na velha estrada
perco-me nas leviendades
da cidade
amuderecendo mais um poema
descanso o solteiro capataz de arrás
esmirno qualquer forma de escrita
bocejos nos cantos sovinas
onde te invento
em qualquer amor
só para te embelezar com as palavras
mas chove!
o Rio é lindo
faça sol chuva ou verão
e assim ao relento sobre as gotas picolas de orvalho
deixo que o cheiro da maresia
me feche os olhos
e nele te encontre esburacada
e amiude
e solteira
passa uma água de coco
comprada com muito estilo
pois turista é o que sou
e
no estivo da ardósia melancólica
pinto o teu rosto
como um qualquer Gaudi
e não sei onde terminar o rabisco do teu olhar...
eu disse que chovia na mesa encostada à vidraça!
só não te disse que em escrita
qualquer chalaça
vira charada
e mesmo hiperbólicamente
as palavras sem contimento
existem queiramos ou não queiramos
assim como todos os lugares que inventamos
pois sonhar é nos permitido
e ninguém nos pode assaltar por isso
... Morphing thru time
... Gregorianamente escutado
assim embalo o espirito
nas asas de uma fragata
onde o arpão me prespassa
a alma sentada na tua beira
entre Ipanema
e Copacabana...
"garota de Ipanema"
tão Jobimnizada
tão sambada
tão anglonizada
garota deambulada
tão bossa-nova
aqui te procuro
aqui me sento
aqui opaco
tomando água de coco
molhado pela chuva tropicana
molhado pela água seiva que trespassa minha garganta
molhado no torpor de me abastecer de ti
de te querer
de te amar
... Posto 9
10
11
12...
em cada um...
e, não estás!
... Para o ano voltarei
com toda a chance do mundo
Para que carioca me embale
ou na Tijuca me viro
entre o Nestor e a Rosinha
mesmo que frangueiro me arreliando
no Maracanã teu gosto avivarei
sobre as hordas da Floresta Atlântica
onde parcimonio
quedo não deixarei molhado
o nosso amor
vaporizado nas asas de uma Fragata.
Paulo Martins