TUA EMOÇÃO CARENTE
O meu inconfundível
Estilo sem estilo
É, no teu estio, fazer a chuva
A preencher, gritante, a vala
Do teu imenso e rico vazio...
Pingarei minha areia seca,
Escorrerei meus pedregulhos
No veio mais obscuro
Do teu deserto tão aguado...
Do teu licoroso calafrio...
Sei-me a incomodar
Com minha aridez erógena
Duvides não...
Duvides não...
Se bobear, virou até moda...
Sei-me a entrar cortante
Feito um facão
A esburacar o feto
Do amor dileto da amante...
Sei-me opressivo,
Ereto feito um poste,
Sólido, enorme,
Convulsivo...
Sei-me toneladas e toneladas
De contrariedades inconvenientes
A obstar o cio sem-vergonha
Da tua mendicante emoção carente...