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O Amor Só Queria A Frase Certa

Era uma vez um homem que resolveu ser poeta, talvez porque ali, naquelas letras esperançosas e inquietas, em meio aos versos e às rimas muitas das vezes desconexas, o mesmo conseguisse viver e sentir o que fosse verdadeiramente o amor, textos mesclados à ironia mais que certa, das desilusões de suas buscas e de suas tantas cruas amorosas metas, mas, ainda assim, mesmo que em breves devaneios, e em rabiscos sem vestígios de pressa, em cada pausada vírgula, suspiros acalentando as métricas, ali de alguma forma o homem que resolveu ser poeta, conseguia vivendo em rimas, e em meio às metáforas dispersas, esboçar seus tantos sonhares, ali ele conversava com o amor;

Só que o homem descobriu que mesmo sendo poeta, o amor era arredio e não gostava de muita conversa,dava o ar das graças e se despedia com ares de modéstia, ia se ocultar dentre um verbo que a ele empresta, a mais sangrada definição do seu mais vil e escrachado rancor, o verbo buscar era o silo a sua morada mais que certa, e sabia assim,o homem que resolveu ser poeta, que as desconexas linhas não convenceriam o fugaz amor a se abrigar em seu peito,faltava alguma frase certa,e em meio às sílabas a solidão sorria a beça, e as poesias perdiam assim,o seu sentido e o seu intenso ardor,tal qual o coração do homem que resolveu ser poeta,mas,persistentemente,mesmo diante de um sentimento que não gosta de jogar fora conversa,em papel com tinta,aquele homem definia o seu mais indecifrável esplendor;

O poeta ficou perdido, pois, não sabia que frase era esta, e nem quantas palavras convenceriam o amor para uma prosa coesa, em meio às tantas dúvidas, e às interrogações mais que incertas, nos silos do buscar este sentimento maldoso e ingrato se enraizou, se esquecendo ironicamente do coração do poeta, traindo justamente aquele que em poesia o torna bom e sem pressa, o homem que queria ser poeta, resolveu em meio à prece mais confiante e mais que certa, anseiar por dias melhores, e acreditar em dias bons;

Eis que surgiu do nada um ser que despertou no poeta, no homem que o amor, não queria aproximação muito certa, os desejos mais sinceros de reacreditar que as buscas cessam, este ser único achado, a alma mais espantosamente bela, uma mulher que tinha um coração similar ao coração do poeta, um ser forte com as dores e que tinha o amar só por meta, e o amor tão debochado também com ela não queria conversa, mas, o poeta foi astuto,e entendeu a frase certa,conquistaria assim então,a confiança do amor às pressas,no soletrar do seu coração as letras fizeram festa,prepararam a recepção para o amor, já era espera mais que certa,e confessadamente o homem que seria ser poeta, olhou nos olhos daquele ser lindo,e desentranhou a frase certa, o amor desistiu de caprichos e regressou ao coração do poeta,como que em um passe de mágica,com apenas as letras certas,a mulher em meio às lagrimas,acreditou naquele sincero poeta, e sentiu reciprocamente,o seu coração sorrir em festa,com apenas uma frase,o amor perdeu a sua reiterante pressa,resolveu ser manso e presente,com o externar que assim se expressa:

Vamos juntos viver nossos sonhos mais sinceros de amor minha querida, a ti entrego o meu coração!


O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 08/02/2011
Reeditado em 11/02/2011
Código do texto: T2779087
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